Durante décadas, as espumas formadoras de filme aquoso (AFFF) foram consideradas uma tecnologia revolucionária para o combate a incêndios Classe B, envolvendo líquidos inflamáveis.
Seu desempenho e confiabilidade na extinção de incêndios em hidrocarbonetos e solventes polares as tornaram o padrão global. Entretanto, o avanço das evidências científicas e da conscientização ambiental sobre a persistência e toxicidade dos compostos perfluorados redefiniu sua aceitabilidade.
Os fluorossurfactantes utilizados nas formulações tradicionais de AFFF, inicialmente o PFOS (perfluorooctano sulfonato) e o PFOA (ácido perfluorooctanoico), foram identificados como poluentes orgânicos persistentes (POPs).
Essas substâncias resistem à degradação natural, bioacumulam-se nos ecossistemas e estão associadas a efeitos adversos à saúde humana e à fauna.
A Hydor, em um movimento de liderança e inovação, desenvolveu o Phryós®, uma espuma SFFF, brasileira, que zera o risco ambiental sem comprometer a extinção. Saiba mais a seguir!
Contexto regulatório: PFOS, PFOA e a proibição global dos PFAS
PFOS: o primeiro a cair
O marco inicial dessa mudança ocorreu em 2009, quando o Protocolo de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes incluiu o PFOS e seus sais no Anexo B, iniciando sua eliminação global.
Posteriormente, a Organização Marítima Internacional (IMO) incorporou essa restrição por meio da Resolução MSC.532(107) (2023), que proíbe o uso e o armazenamento de meios extintores contendo PFOS a bordo de embarcações a partir de 1º de janeiro de 2026.
Essa decisão estabeleceu um precedente inequívoco: espumas contendo PFOS, mesmo em concentrações residuais, não serão compatíveis com os marcos regulatórios ambientais e marítimos do futuro.
PFOA e o “Legado C8”
Embora o PFOS tenha sido o principal surfactante das primeiras formulações de AFFF, o PFOA (C8-PFOA) também ganhou destaque, tanto como impureza quanto como produto de degradação das formulações baseadas em fluorotelômeros.
Reconhecido por apresentar persistência e toxicidade semelhantes, o PFOA foi posteriormente incluído no Anexo A do Protocolo de Estocolmo, estabelecendo sua eliminação completa, com exceções limitadas.
Na União Europeia, o PFOA e seus compostos correlatos são regulados pelo REACH e pelo Regulamento (UE) 2020/784, que impõem um limite máximo de 25 µg/kg (0,025 ppm) em espumas de combate a incêndio a partir de 2025.
Essa medida indica uma mudança definitiva: mesmo traços de contaminação tornarão um produto não conforme.
As formulações C6: uma etapa transitória, mas não sustentável
Em resposta às restrições aplicadas aos compostos C8, os fabricantes desenvolveram formulações de cadeia curta (C6), baseadas em fluorotelômeros de seis carbonos.
Embora apresentem menor potencial de bioacumulação, essas substâncias continuam sendo PFAS, ou seja, compostos quimicamente estáveis, persistentes e não degradáveis no ambiente.
Estudos recentes e consultas regulatórias conduzidas pela Agência Europeia de Substâncias Químicas (ECHA) e pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) indicam que todo o grupo dos PFAS, independentemente do comprimento da cadeia, pode vir a ser proibido em conjunto nos próximos anos.
Assim, a transição de C8 para C6 não elimina o problema ambiental, apenas posterga uma proibição inevitável.
Conheça as implicações ambientais e de saúde do PFAS
Os compostos PFAS — incluindo PFOS, PFOA e seus análogos C6 — exibem resistência excepcional à hidrólise, fotólise e degradação microbiana. Essa estabilidade, outrora considerada uma vantagem técnica, tornou-se um desafio ambiental global.
Conhecidos como “produtos químicos eternos” (forever chemicals), os PFAS são detectados em solos, águas subterrâneas, ambientes marinhos e até no sangue humano. Estudos toxicológicos associam sua exposição a disfunções endócrinas, hepáticas e tireoidianas, além de efeitos reprodutivos e carcinogênicos.
Do ponto de vista corporativo, manter estoques de espumas contendo PFAS representa passivos de longo prazo, com potenciais custos de remediação ambiental, penalidades regulatórias e danos reputacionais.
O surgimento do SFFF: a alternativa sustentável e conformante
As espumas SFFF (Synthetic Fluorine-Free Foam), também conhecidas como F3 (Fluorine-Free Foam), representam uma nova geração de agentes extintores desenvolvidos para eliminar completamente o uso de PFAS no incêndio classe B.
Em vez de surfactantes fluorados, essas formulações utilizam surfactantes sintéticos hidrocarbonados, moléculas anfifílicas biodegradáveis e solventes otimizados que permitem a formação de filme e estabilidade da espuma sem recorrer a compostos persistentes.
Vantagens ambientais e regulatórias
| Critério | AFFF (C8/C6) | SFFF / F3 |
| Compostos fluorados | Presentes (PFAS C8 ou C6) | Ausentes |
| Conteúdo de PFOS/PFOA | Variável / restrito | Nulo |
| Persistência ambiental | Muito alta (décadas ou séculos) | Biodegradável em curto prazo |
| Situação regulatória | Em fase de eliminação (Protocolo de Estocolmo / IMO) | Totalmente conforme |
| Risco de passivo ambiental | Elevado | Mínimo |
| Adequação futura | Temporária | Sustentável a longo prazo |
A ausência completa de compostos fluorados garante que as espumas SFFF estejam totalmente em conformidade com as atuais e futuras legislações sobre PFAS, evitando a incerteza associada às formulações intermediárias C6.
Dessa forma, o SFFF consolida-se como a única alternativa verdadeiramente neutra em impacto ambiental no contexto de combate a incêndios.
Quais são as tendências globais de adoção?
A substituição das espumas fluoradas está em curso em diversas partes do mundo:
- Aeroportos europeus (Heathrow, Schiphol, Copenhague) e agências de defesa já completaram a transição para espumas F3;
- O Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD) determinou a eliminação total das AFFF em todas as instalações até outubro de 2025;
- Organismos internacionais como IMO, ICAO e diversas autoridades de defesa civil incentivam ou exigem o uso de espumas livres de PFAS sempre que tecnicamente viável.
Essas iniciativas refletem não apenas uma tendência regulatória, mas também um movimento de responsabilidade corporativa e alinhamento com políticas ESG (Environmental, Social and Governance).
Hydor: inovação e migração sustentável
A progressão C8 → C6 → SFFF não é apenas uma mudança química: é uma transformação de paradigma na engenharia de segurança contra incêndio e na gestão ambiental. As formulações de cadeia curta (C6) ofereceram uma ponte temporária, mas sua natureza fluorada mantém viva a preocupação ambiental e regulatória.
Nesse cenário, o SFFF emerge como a única solução de longo prazo, isenta de PFAS, compatível com as exigências regulatórias atuais e futuras, e ambientalmente sustentável.
Sua adoção elimina a incerteza associada às restrições de PFOS e PFOA, alinha as organizações às metas globais de sustentabilidade, e redefine o padrão de responsabilidade técnica e ambiental no combate a incêndios do século XXI.
Conheça o Phryós®, da Hydor
A Hydor, em um movimento de liderança e inovação, desenvolveu o Phryós®: uma espuma SFFF com certificação internacional, fabricada no Brasil, que zera o risco ambiental sem comprometer a extinção.
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FAQ
Por que os PFAs estão sendo banidos?
Os PFAS estão contaminando o meio ambiente. A migração para Espuma Fluorine Free é uma resposta regulatória global a essa contaminação.
O Phryós® é eficiente contra álcool (incêndio polar)?
Sim. O Phryós® (SFFF 3%-3%) é formulado para ser eficaz tanto em líquidos polares (álcool, acetona) quanto apolares (derivados de petróleo), sendo um agente versátil para a Classe B.
Minha empresa precisa de um sistema novo para usar o Phryós®?
Não necessariamente. A Hydor é especialista em retrofit. Nossa engenharia avalia o seu sistema existente (tanques e proporcionadores) para garantir a compatibilidade e a transição para o Phryós® com o mínimo de alteração na sua infraestrutura.